Ilha grega-capitulo 14 “O pedido”
Ciro adormeceu, e quando deu por si ainda estava no corredor, mas por algum motivo ele estava lúcido e sabia que aquilo era um sonho, o rapaz se levantou e foi em direção a parte central do tempo. Ao chegar Ciro tem uma surpresa, pois ao que parecia ele não estava sozinho. A moça que frequentemente aparecia em seus sonhos estava lá parada olhando para ele, seus cabelos vermelhos eram inconfundíveis, suas roupas eram iguais às togas do outros habitantes da ilha e enquanto Ciro a observava, tentando descobrir quem era ela chama seu nome.
— Ciro se aproxime — todas às vezes que o rapaz sonhava com ela, ele sempre era apenas um observador, mas dessa vez ela falava diretamente a ela e aquilo o assustou — Não precisa ter medo de mim, sou uma amiga… talvez sua melhor amiga mesmo que você não saiba disso.— Ciro ficou confuso, quem era aquela garota e por que estava no sonho dele? — Você quer saber quem eu sou não é?—O rapaz balançou a cabeça fazendo um sinal positivo e ela disse seu nome — me chamo Alôran, é estranho eu sei, mas estou com você há muito tempo.
— Comigo? Como assim?— A garota fica em silêncio por alguns segundo e diz.
— Eu estou dentro de você, vendo tudo o’que você vê, na verdade, as minhas primeiras lembranças foram do dia em que você nasceu, muito sangue e choro…Não foi muito confortável.— Ciro não acreditava muito naquela conversa e a questionou
— Se estava comigo esse tempo todo por que nunca falou antes?— sem precisar pensar muito a garoto respondeu.
— Eu quis inúmeras vezes, mas você não ouvia… acredito que não havia energia suficiente para isso, mas nessa ilha… não sei desde que pisamos aqui posso sentir minha força aumentar a cada dia e…— de repente Ciro pensa em algo que o deixa realmente incomodado e resolve questionar.
— Esperai… você disse que viu tudo que aconteceu comigo? — a garota balançou a cabeça — até quando eu… É.. Fazia aquilo? Alôran ao perceber qual era exatamente a dúvida de Ciro tratou de esclarecer.
— Ah! não.. não eu fechava meus olhos — ela sorriu e continuou —Você estava na puberdade então é normal eu acho.— Ciro ficou vermelho era visível o seu constrangimento, se houvesse algum buraco ali perto ele sem sombra de dúvidas enfiaria sua cabeça lá. Mas mesmo nesse estado Ciro respondeu Alôran.
— Aquilo foi uma…uma fase ok-Alôran sorriu e prosseguiu.
— Eu sei Ciro, sei tudo que já aconteceu com você. Eu só quero que você entenda que não precisa ter medo de mim.— Ciro não gostava daquilo por isso retrucou…
— Medo? Eu tô me sentindo invadido… sei lá o’que é você uma espécie de fantasma?— Alôran sorriu e disse.
— Eu não sei o’que eu sou agora, mas se eu for um fantasma, não sou igual aqueles dos filmes que você tanto assistia, a propósito eu odiava aquela filmes.— Ciro sorriu pela primeira vez na conversa e Alôran continuou- eu vivia nessa ilha, não sei quando nem por quanto tempo, mas eu vive aqui.— o rapaz resolveu dar uma sugestão.
— Quem sabe se eu perguntar de alguém, eles possam falar sobre você, Sifu é…-de repente Alôran o interrompe.
— Ele não…por favor — Essa reação se torna muito estranha aos olhos, Ciro por isso ele resolve questionar
— E porquê não?— Alôran fica nervosa ao tentar explicar.
— Eu… Só não me sinto… bem perto dele — Ciro mesmo sem entender o porquê dela não querer isso, compreendeu seus motivos e disse.
— Tudo bem, mas quem seria a melhor opção para se perguntar algo a sim?
— Na verdade, eu já tenho um plano Ciro, mas vou precisar de um grande favor seu —O Rapaz fica pensativo e Alôran continua —preciso que você entre na competição para ter uma audiência com o oráculo.— Aquilo assustou Ciro, como assim entrar na competição, como ela planejava fazer isso.
— Como exatamente quer competir, eu não sei lutar com espadas… na verdade, eu não sei lutar com arma alguma e você não tem um corpo e outra coisa não quero morrer aqui.— A garota rapidamente trata de contar seu plano a Ciro.
— Eu sei que você não sabe lutar, mas eu sei, ao menos sinto que sei, veja minha energia cresce a cada dia, acredito que até o dia da competição vou assumir seu lugar e…— Ciro a interrompe.
— Ohhh espera ai assumir meu lugar? Como assim? Como pretende fazer isso?
— Eu já fiz uma vez —Ciro ergueu uma das sobrancelhas demonstrando sua curiosidade e Alôran continuou — no seu treino com Bardock, fui eu quem segurou aquela flecha — nesse momento o rapaz lembrou que de fato aquela reação foi involuntária e ele nada tinha a ver com aquilo, mas ainda sim uma coisa o preocupava e ele fez questão de expor seu pensamento.
— Tudo bem aquilo que aconteceu, não era eu… mas tem outra coisa, como vou saber que você não quer roubar meu corpo, você é um fantasma que não tem um corpo não quer ajuda de ninguém e quer assumir meu corpo isso é no minimo suspeito.— Alôran ao analisar a situação notou que Ciro havia motivos para ter medo e tentou acalmá-lo.
— É. eu não tenho como provar, mas veja bem precisamos ser cautelosos com tudo, eu não sei quem sou e se antes de tudo que aconteceu eu não fosse uma boa pessoa na ilha. Se for realmente isso, como irão tratar você ao saber que vivo aqui… e quanto ao seu corpo você precisa confiar em mim eu estou com você há muito tempo e eu realmente não quero te fazer nenhum mal—Ciro pensou sobre o’que ela disse e viu que fazia sentido e Aloran continuou com um argumento que foi arrebatador—depois que eu descobrir quem sou, ficará mais fácil, encontramos uma solução para seguirmos nossos caminhos você se tornará um garoto sem aura mágica e poderá voltar para a mamãe e o pap… que dizer sua mãe e seu pai.— aquilo foi o bastante para Ciro, a simples ideia de voltar para seu lar já o deixava animado e extremamente feliz, ele acenou com a cabeça e respondeu.
— Vamos fazer isso! — Ciro mesmo sem nunca conversar com Aloran e sem saber de sua existência, sentia que eles de fato sempre estiveram juntos. De repente uma voz chama por Ciro “ei acorde” e Aloran diz.
— Você dormiu no corredor, em algum momento alguém iria vê-lo hora de voltar Ciro
— Como vou conversar com você de novo—indagou Ciro
— Você já vai descobrir, acorde — ao dizer isso Aloran estala seus dedos e de repente Ciro volta ao corredor com um dos servos do templo o cutucando e perguntando
— Você está bem, precisa de ajuda?— Ciro balançá a cabeça como um sinal negativo
— Não, eu to bem valew — mas o servo que era apenas um garoto ao observá-lo com atenção, logo o reconhece
— Ei! Você é o viajante que o oráculo escolheu, eu disse para os meus amigos que você com certeza vai dar um show — de repente uma voz ecoa na cabeça de Ciro
— Temos um fã!!! — era Aloran que, falava na mente de Ciro como a voz de sua consciência, mas sem seu controle.— o garoto entusiasmado voltou a falar.
— Quero que você lute com a tempestade vermelha, ela vai acabar com você.
— Oh! que grosseiro —respondeu Aloran
— Sou muito fã dela, não tem a menor chance de vencer —Ciro teve vontade de dar um cascudo naquele garoto e Aloran também compartilhava do mesmo pensamento, mas ambos se seguraram e o rapaz foi em direção a porta do templo conversando com Aloran
— Então é assim que vamos conversar, você vai falar através da minha mente
— Nem sempre preciso me esforçar para agir nesse plano por isso posso sumir em alguns momentos.
— Estranho ter você ai… quer dizer aqui.— Aloran deu uma pequena risada e Ciro continuou. — Acho que agora vou descan…— O garoto perde a voz ao ver quem estava vindo em sua direção, era a tempestade vermelha com alguns outros filhos do raio, Ciro estava descendo a escada do templo e eles subindo. — Ferrou — disse Ciro, mas aquela atitude irritava Aloran.
— Pare com isso, não somos covardes!, desce a escada sem olhar para o lado finja que eles não existem, lembra nos filmes os frios sempre são os mais fortes —Ciro seguiu o conselho e continuou descendo sem olhar para o lado, eles passaram um pelo, outro e depois de alguns poucos degraus de diferença, Ciro recebe uma pergunta.
— Sifu está em reunião Viajante?— era Kis, mas com o nervosismo o rapaz continuou descendo sem sequer olhar para trás novamente ela fala, mas agora com um tom elevado-Ei!!!- o rapaz volta a si e ao iniciar sua fala.
— Des..-Aloran novamente se mete.
— Ei! Apenas olhe fixamente — ele olha para Kis, tentando não demonstrar seu desconforto, a tempestade nota que seu comportamento estava diferente e diz.
— Se aproxime viajante
— Não mova um músculo, se quiser você perto ela que venha rapaz estava com muito medo, mas estava confiando em Aloran que continuou — Diga para ela se aproximar.
— Se aproxime você — Os companheiros de Kis ao ouvir essa resposta, demonstraram uma reação de incredulidade, Kis após alguns segundos, começou a descer os degraus, um a um devagar, suas sandália de guerreira faziam barulho a cada passo, era mais que óbvio que sua intenção era amedrontar Ciro, mas ao chegar no penúltimo degrau ela parou para observar o rapaz mais de perto e pode notar que ele sentia medo apesar de tudo e Aloran, notou que ela havia percebido isso por isso sem avisar o rapaz tomou o controle da perna esquerda e a pois no último degrau que havia entre os dois e disse
— Não pare de encarar e confie em mim — Depois, pois a outra perna subindo por fim o degrau deixando Ciro e kis se encarando bem de perto e lançou comentário —Hum ela é bem bonita — Ciro apenas pensava em como Kis faria seu sangue jorrar e em como ele mataria Aloran se ela não morasse em seu corpo ele nem ligava se ela conseguia se ver isso em sua mente.
Os companheiros de Kis continuavam olhando, mas dessa vez, estavam perplexos com tamanha coragem e era notável que a garota não havia gostado nem um pouco da forma como Ciro havia se comportado, aquilo era intrigante para ela, ninguém nunca havia feito algo assim.
Havia uma tensão no ar, todos estavam esperando o pior acontecer, ou pelo menos Ciro estava, pois, depois dessa demonstração de coragem, os companheiros de Kis não sabiam dizer ele era de fato forte ou apenas um louco sem apego a vida. De repente algo inusitado acontece, após meio minuto se encarando uma voz. Do alto do templo gritar por Kis.
— Kis, oque está acontecendo aqui?- era uma mulher com uma idade entre trinta e quarenta anos.— Subam todos a reunião dos filhos do raio já irá começar — todos ouviram ela e começaram a subir a escada, mas antes de Kis começar a subir ela diz a Ciro
— Afrontou-me, há muito tempo não fazem isso. Na arena viajante. Nos vemos na arena — ela se virou e começou a subir, toda aquela situação deixou Ciro bastante nervoso e assim desceu a escada tratou de pergunta e a Aloran o porquê de tudo aquilo.
— Aloran você quer me matar?
— Claro que não, quero que você viva.
— Então, porque fez isso?
— Eles precisam respeitar e temer você — Ciro pensou sobre isso e viu que fazia sentido, mas decidiu ficar calado, e Aloran lhe fez um pedido.
— Ciro preciso que encontre Bardack amanhã e peça-lhe para vocês ter um treino com espadas. Tenho que praticar e descobrir se sou boa o suficiente.
— Ok, mas e se você não for boa?— Perguntou Ciro, porem Aloran não respondeu.- Aloran… Alo.- nesse momento uma voz familiar que chama sua a atenção do rapaz.
— Oque você está fazendo? — ele se vira e para a sua surpresa era Tenna, que novamente carregava uma sacola cheia de sementes, Ciro ao ver aquilo começou a sorrir e perguntou.
— Quer ajuda com isso? — Tenna com um sorriso leve respondeu.
— Não hoje está bem leve… mas aceito a companhia, tenho que entrega as sementes para os filhos das tormentas.— Ciro balançou a cabeça em um sinal positivo e ambos foram em direção a cachoeira e enquanto caminhavam pelo bosque adentro, de repente Tenna ouvi um barulho de um galho quebrando
Crack! Crack — Aquilo era suspeito Ciro perguntou.
— Alguma chance de isso ser apenas um som da natureza.
— Não, nenhuma chance — Assim que Tenna termina de falar, os arbustos começam a balançar, e de trás deles dois homens fortes e mascarados surgem e um deles diz.
— A sacola, me entregue, — Ciro sabia que não tinha a menor chance, mas se posicionou e deixou bem claro que para pegarem a sacola teriam que passar por ele, os brutamontes começaram dar gargalhadas, pois Ciro possuía apenas metade do tamanho deles, então quase que de surpresa um deles desferir um golpe em direção a Ciro que conseguiu impedir com o braço esquerdo, no entanto, seu corpo diferente das pessoas da ilha não era tão resistente e ao fazer isso ele sente uma dor excruciante e vai direto ao chão, enquanto isso Tenna prende um dos pés dos bandidos com um trepadeira, mas eles eram fortes e sem muito esforço, quebram as plantas o’que assusta Tenna.
— Vamos entregue a bolsa — mas ela não o faz…-muito bem então — O homem avança em direção a Tenna que consegue se desviar e aproveitar a oportunidade para dar um soco no agressor, porém o golpe não surtiu efeito. O segundo ladrão se aproxima por trás e quando ela se da conta já se encontra encurralada. De relance Tenna olha para onde Ciro estava desmaiado, mas o rapaz já não estava no lugar.
— Ei! deixe ela em paz.— um grito chama a atenção de todos
— Você de novo — disse um dos rapazes
— Não dessa vez- respondeu Ciro o jovem não parecia nervoso como antes, e isso causou uma certa surpresa em Tenna, que achou estranho o rapaz não demonstrar nem um tipo de euforia ele continuou —Vem aqui — aquilo foi como uma afronta para os ladrões que disseram.
— Bateu a cabeça em uma pedra? enlouqueceu? Que seja! — o ladrão faz uma menção de que vai socar Ciro, mas na hora h ele para, pois seu intuito era assustá-lo, porem não funcionou, pois, o rapaz nem sequer pestanejou oque causou a ira do agressor e usando um tacape que parecia extremamente pesado ele disse — não vou ter pena dessa vez — pegou a tora com às duas mãos e desferiu um golpe com toda a sua força, no entanto, de nada adiantou, pois Ciro se esquivou de forma fantástica por baixo do tacape e socou lhe a boca do estômago, com uma força que o fez recuar, ele novamente usa seu tacape, mas dessa vez Ciro ergue uma de suas mãos e o segura sem demonstrar esforço algum e partiu a arma ao meio.
— Oque?- disse o dono da arma incrédulo, sua cara de espanto era igual a de todos naquele local. Os dois que estavam segurando Tenna fugiram ao ver aquela a cena, e o terceiro que estava no chão ainda tentando entender —essa tacape foi feito com o galho da grande chaste.
— Vá embora!— disse Ciro — e foi o’que o ladrão fez, pegou os estilhaços de madeira e correu para a floresta. Após o ocorrido Tenna se levantou e se aproximou de Ciro, ela também não entendia o’que havia acontecido, pegou o braço do garoto.
— Deve estar doendo, deixa eu ver — mas ele sequer olhou para ela, estava despeço,— Ciro!, Ciro! — e então o rapaz reagiu pedindo.
— cuide dele…por favor- —e foi ao chão desacordado.